15/02/12

Uma viagem...






Mais uma viagem que chega ao fim e outra que começa agora para os formandos da acção que decorreu em Montelavar. Porque "fazer um fim é fazer um início". Por entre sensações, sentimentos e emoções, a última sessão confirmou todo o entusiasmo com que esta acção foi vivida, numa partilha de experiências e de aprendizagens muitas vezes surpreendentes.
Não posso deixar de agradecer o interesse contagiante com que me receberam, tornando cada sessão numa viagem inesperada também para mim. Fico a aguardar pelo feedback da implementação dos vossos projectos... Obrigada por tudo!

Dados para nos fazer pensar...

«Diogo e Vânia namoram há dois anos e meio. Quando a expressão "métodos contraceptivos" ecoa nas suas cabeças, à semelhança da maioria dos estudantes universitários, só se traduz praticamente em dois sinónimos: preservativo e pílula. Para estes jovens, o primeiro encabeça as preferências, com 49% a dizer que utiliza preservativos. Já a pílula é a opção de 38% das inquiridas, sendo que em 70% dos casos reconhecem alguns esquecimentos que podem colocar em causa a eficácia. No entanto, ainda se registam assimetrias, com os jovens a sul a dominarem mais métodos contraceptivos. Em termos de utilização não há diferenças significativas.

Os dados fazem parte do Inquérito Sobre Saúde Sexual e Reprodutiva - Jovens Universitários que será hoje apresentado, para assinalar o Dia dos Namorados e o Dia Europeu da Saúde Sexual. O estudo - uma parceria da Associação para o Planeamento da Família, Sociedade Portuguesa de Contracepção, Direcção-Geral da Saúde e da farmacêutica MSD - foi conduzido no final de 2011 e contou com uma amostra de 2741 jovens que preencheram sozinhos um questionário disponibilizado nas cantinas de 15 universidades de todo o país no âmbito da campanha Jogo de Cintura para uma Contracepção Segura.

No final do ano passado foram divulgados dados que indicam que todos os dias há 12 adolescentes a darem à luz em Portugal e que mais de 10% das interrupções voluntárias da gravidez ocorrem em adolescentes até aos 19 anos.

Duarte Vilar, director executivo da Associação para o Planeamento da Família, salienta que "os resultados vêm em linha com o que já sabia", isto é, que em geral os universitários conhecem os métodos mais comuns, mas que algumas dúvidas denotam que "é necessário investir numa educação sexual mais continuada, regular, estruturada e consistente". Na parte do estudo de questões de verdadeiro/falso, Duarte Vilar salientou que a esmagadora maioria acertou, mas que há três casos preocupantes: quase 50% dos inquiridos acredita que a clamídia é uma infecção urinária e não uma doença sexualmente transmissível; mais de 55% não sabe utilizar correctamente o preservativo feminino e mais de 75% não identifica o implante como um dos métodos de maior eficácia.»

Fonte: Público

Teias...




Terminou na quinta-feira mais uma acção de formação, desta vez no Agrupamento de Escolas Joaquim Inácio da Cruz Sobral, em Sobral de Monte Agraço. Foram 18 horas que significaram muitas mais. Como se quando estamos bem não houvesse tempo, como se não contássemos as horas. Vivemos momentos de cumplicidade, de muitos sorrisos, de espontaneidade, de partilha e, acima de tudo, de aprendizagem. Todas aprendemos umas com as outras, numa teia de afectos que se prolonga para lá destas 18 horas. Um grupo de 27 mulheres cheias de energia positiva, de vontade de trabalhar, de motivação, de paixão pelo que fazem. 27 mulheres lindíssimas, a quem agradeço "as horas bem passadas" e todo o carinho com que me receberam em todas as sessões.
E, no final, fica a certeza que, na nossa geografia dos afectos, haverá sempre um sítio para onde poderemos ir quando precisamos de conforto e de um sorriso. Para nos lembrarmos também que, para muitos alunos, a escola é esse sítio...
Agora terei mais um sítio nessa minha geografia, onde sei que poderei sempre voltar e ter um abraço. Obrigada por isso. Obrigada por tudo!

11/02/12

Palavras mágicas


Num dos corredores da Escola Joaquim Inácio da Cruz Sobral, deparámo-nos com este placard delicioso. "Palavras Mágicas". Obrigado. Gosto de ti. Muito bem. Por favor. Desculpa. Bom dia. Palavras que rareiam e cuja magia faz falta no dia-a-dia. Palavras que é preciso, que é urgente recordar. E usar, todos os dias. E você, já disse alguma destas palavras hoje?...

08/02/12

A educação é global

O Centro Avançado de Sexualidades e Afectos vai propor a criação de uma disciplina obrigatória de Educação Sexual para todos os graus de ensino, no âmbito da reforma curricular do Ensino Básico e Secundário, que está em consulta pública.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Centro Avançado de Sexualidades e Afectos (CASA) defendeu que a postura não pode ser de «não mexer na caixa de Pandora», mas antes a de dar cada vez mais formação e informação.

Em causa, a proposta de reforma curricular do Ensino Básico e Secundário apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência, e que deixa de fora a disciplina de Formação Cívica, que, entre outras matérias, incluía a Educação Sexual.

No âmbito da discussão pública, o CASA pretende propor a criação de uma disciplina de Educação Sexual que seja obrigatória a todos os graus de ensino, «com avaliação e com um tronco curricular comum de temas, noções e conceitos a abordar, aprofundado consoante o aumento da faixa etária».

Notícia completa: TVI24

Não posso deixar de me manifestar relativamente a esta notícia, que vai contra tudo aquilo que tenho defendido enquanto formadora no âmbito da Educação Sexual em Meio Escolar. A Educação Sexual não é nem deve ser uma disciplina per si, ela integra-se em todas as disciplinas e em toda a formação das crianças e jovens (mesmo fora da sala de aula), logo, parece-me que propor algo do género apresentado na notícia seria transformar a Educação para a Sexualidade num gueto, risco que já temos corrido nos últimos anos, com a introdução da Lei n.º 60/2009 e com a ausência da imprescindível formação para os docentes envolvidos na aplicação da mesma. Continuar a perpetuar a já recorrente perspectiva que a Educação Sexual é algo desligado da formação integral dos jovens parece-me uma posição totalmente errada e retrógrada. Ter "aulas de educação sexual" parece-me algo totalmente absurdo e contraproducente. É preciso defender, sim, a necessária transversalidade (aliás presente na Lei e na Portaria que a regulamenta) na abordagem dos conteúdos adequados a cada nível de ensino.
Sem dúvida que a Formação Cívica é uma área absolutamente imprescindível, a todos os níveis (e basta olharmos à nossa volta para percebermos a necessidade de civilidade...), inclusivamente a nível da Educação para a Saúde e, mais concretamente, da Educação Sexual, no entanto, é extremamente importante não confundirmos as coisas e muito menos as pessoas. A educação quer-se global e o desenvolvimento integral, não fragmentemos ainda mais aquilo que já tem sido por demais fragmentado!

04/02/12

Visita | Museu do Brinquedo

O frio que se fazia sentir em Sintra não congelou a curiosidade e o encanto que a visita ao Museu do Brinquedo despertou em cada um dos formandos (e na formadora!) da acção que decorre na Escola EB 2,3 de Montelavar. Partindo de um dos conteúdos abordados na acção - as questões de género - lançámos um desafio à equipa dos Serviços Educativos, que prontamente aceitou e nos acolheu para uma visita guiada às memórias das nossas infâncias. Desde o Lego, aos soldadinhos de chumbo, passando pelos carrinhos e pelas pistas de comboios, à Barbie e ao sótão das bonecas, voltámos atrás no tempo, esquecemos tecnologias, e sorrimos. E recordámos. E partilhámos estórias da nossa infância. O tempo e as coisas menos boas ficaram à porta e, por momentos, voltámos a ser crianças...

Para reflexão ficam as perguntas do homem que sonhou e viveu (e continua a viver) todos estes brinquedos...

Como se brincava e como se brinca? Como era o menino ou a menina que se encantou com aquele boneco ou soldado? O que se imitava ou se pretendia influenciar? (João Arbués Moreira)

Queremos agradecer muito especialmente à Dra. Carla, pela simpatia, pelo profissionalismo e pela disponibilidade.









Obrigada!

03/02/12

Sessão 4 | Sobral de Monte Agraço

 

Colagens e estereótipos de género






Divide-se o grande grupo em mais pequenos (cerca de 4, 5 pessoas). Dá-se a cada grupo uma das seguintes frases, sobre a qual devem elaborar um cartaz recorrendo a revistas e jornais:

- O homem ideal segundo a forma de pensar mais comum entre as mulheres
- A mulher ideal segundo a forma de pensar mais comum entre os homens
- O homem ideal segundo a forma de pensar mais comum entre os homens
- A mulher ideal segundo a forma de pensar mais comum entre as mulheres

Quando o grupo é muito grande, podem repetir-se as frases, é até interessante analisar a comparação entre pequenos grupos com a mesma frase.
No final, é importante lançar algumas questões para promover o aprofundamento da reflexão, como por exemplo:
- Sente-se retratado(a) nas descrições de homem ou mulher ideal apresentadas?
- O que é que vos fez chegar a este resultado? Em que se basearam?
- Que outras imagens poderiam estar nestes cartazes?
- Retirariam algumas imagens? Porquê?
- Quais as principais diferenças em se ser homem ou mulher?
- Em que medida é que os estereótipos de género afectam as relações pessoais e profissionais entre homens e mulheres ou entre pessoas do mesmo sexo?
...

É uma actividade muito simples, que promove a descontracção, a boa disposição e, essencialmente, a reflexão sobre os estereótipos de género vigentes na sociedade, mas também em cada um de nós...

Sessão 3 | Sobral de Monte Agraço

 

01/02/12

Violência de género

Um homem do Norte do Afeganistão assassinou a mulher por ela ter tido mais uma menina e não um rapaz.

Conta o correspondente da BBC em Kabul que o casal, que tinha três filhas, uma delas nascida há apenas três meses, teve uma discussão sobre o sexo das crianças. O marido tornou-se violento, acusando a mulher, Storay, de 22 anos, de não ter filhos homens, e estrangulando-a.

O crime aconteceu no sábado à noite, numa aldeia da província de Kunduz, mas só foi divulgado hoje por um porta-voz da polícia, Syed Sarwar Hussaini, que adiantou que a bebé e as outras duas filhas do casal estão bem. A sogra da mulher assassinada, que assistiu à discussão e terá atado os pés da nora e participado no crime, foi detida por cumplicidade. O marido, Sher Mohamed, conseguiu fugir, disse o porta-voz.

"Estamos a interrogar a mãe do suspeito de assassínio. Pelo que sabemos, Mohamed tinha ameaçado matar a mulher se ela tivesse mais uma filha", disse Syed Sarwar Hussaini.

Apesar de o Afeganistão ter mudado de regime com a derrota dos taliban, os abusos contra as mulheres são comuns. E o nascimento de mais uma é, em muitas zonas do país, motivo de zanga porque as mulheres são consideradas um fardo; ao contrário, o nascimento de um filho rapaz é festejado.

Algumas mulheres são castigadas pelos maridos quando não têm rapazes, e o caso de Storay é só o mais recente. Há um mês,a polícia de Gaghlán, outra província do Norte, conseguiu salvar uma adolescente de 15 anos que estava enclausurada e era torturada pelo marido e pela família dele. Viveu assim três anos.

Em Novembro do ano passado a missão das Nações Unidas no Afeganistão denunciou que as mulheres afegãs estão muito vulneráveis à violência de género e que ainda há leis que chocam contra os principios básicos dos direitos humanos, como a compra de mulheres, os casamentos forçados com meninas, as violações e o baad, que permite resolver uma disputa familiar com a oferta de uma mulher.

Fonte: Público