08/03/12

Mulher


Comemora-se hoje o Dia Internacional da Mulher. Quando olho à minha volta, sinto essencialmente que o dia é vivido como uma festa, muitas vezes com o apelo comercial a impor-se a outros que nos deveriam fazer reflectir (e agir). Não comemoro este dia, embora entenda a sua existência e, essencialmente, respeite a sua origem. No entanto, cada vez mais penso que são precisos muitos "dias da mulher", como muitos "dias do homem" e do "Homem"... Mais do que comemorar, na minha opinião, é necessário ter uma participação activa na denúncia de situações de abuso, violência ou quaisquer outras agressões aos direitos fundamentais (não só da mulher, mas de qualquer ser humano). Quando lemos notícias como esta, percebemos que este caminho é ainda longo, se eu fosse pessimista, diria mesmo sem fim. Poderíamos citar muitas outras. Notícias não faltam. Porque a realidade continua a revelar-nos diariamente situações de desrespeito pela mulher. Às vezes parece-me que estamos a regredir. Volta e meia surgem situações que me fazem pensar que talvez não vivamos no século XXI.
Para mim, mulher é sinónimo de liberdade. Como tal, aquilo que desejo, neste dia, que para mim é exactamente igual a todos os outros, porque os vivo sempre da mesma forma, é que um dia todas as mulheres sejam livres. Verdadeiramente. No ser e no viver. Que chegue o dia em que todas as mulheres entendam que essa é a sua maior riqueza. E que essa liberdade não se reflecte num mero jantar de "dia da mulher". Reflecte-se no dia-a-dia. No que fazem. No que são. Na forma como educam os seus filhos. E que é aí que reside a verdadeira mudança. Utopia? Quero crer que não. Mas se for, como diria Galeano, ela serve mesmo para avançarmos. É isso também que desejo para mim, mulher que me orgulho de ser. Acreditar, sempre, para nunca deixar de avançar, livre, como sou.

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